Caminhando em torno do Rio Alviela que nasce numa gruta de igual nome, junto aos Olhos D´Água, na convergência entre o Maciço Calcário Estremenho e a Bacia Terciária do Baixo Tejo.
Igreja da Louriceira.
Este rio tem uma extensão de 46 quilómetros e atravessa as Freguesias
de Alcanena, Vaqueiros, Pernes, e São
Vicente do Paul, indo desaguar ao Rio
Tejo.
Em tempos passados, houve uma princesa a quem o pai lhe impôs o casamento com um príncipe muito rico.
Contudo a jovem princesa não aceitou, pois estava
apaixonada por um rapaz pobre das redondezas.
Ponte da Ferreira.
Viu-se tão desesperada, que fugiu do palácio indo-se esconder nas grutas que se encontravam na cabeceira do Rio Alviela, mesmo juntinho à nascente.
Diz a Lenda que a pedido de seu pai, uma bruxa muito má descobriu o tal esconderijo...
...e que todos os dias lhe enviava um recado com o intuito de a convencer a casar com algum dos pretendentes que ele recomendava.
...e que todos os dias lhe enviava um recado com o intuito de a convencer a casar com algum dos pretendentes que ele recomendava.
Mas a princesa não gostava de nenhum deles.
O seu grande amor continuava a ser o tal rapaz pobre, do
qual, entretanto, deixou de saber o paradeiro e o pai da princesa, já cansado e convencido de que a filha
não aceitaria nenhum dos pretendentes, resolveu castigá-la.
A princesa, a quem chamavam a “Morgadinha do Alviela”, chorava lágrimas de tristeza sem fim.
Certo dia, o Rei enviou a bruxa má, disfarçada de fada,
apresentar-lhe aquele que seria o seu último pretendente.
Essa seria a sua última oportunidade.
Acontece que o tal pretendente mais não era do que um boi
encantado, disfarçado de bonito rapaz.
Então, o pior castigo chegou: o bonito rapaz transformou-se
num boi encantado e a bruxa disse-lhe que, como tinha recusado todos os
pretendentes que o seu pai lhe propusera e nunca poderia vir a ser rainha,
viveria eternamente nessas grutas, rodeada de bois e vacas, e as suas lágrimas
seriam tantas e tão densas, que os seus olhos se tornariam tão grandes, que
para sempre regariam as terras do Alviela.
Daí em diante a nascente do Rio Alviela passou a designar-se por “Olhos de Água”.
Daí em diante a nascente do Rio Alviela passou a designar-se por “Olhos de Água”.
Durante mais de cem anos aqui foi captada a água para o
abastecimento de grande parte da cidade de Lisboa, sendo transportada através
de uma conduta que começou a ser construída em Dezembro de 1871 e se concluiu
em 1880, tendo sido inaugurado pelo rei Dom Carlos.
A totalidade do aqueduto tem 114 quilómetros de extensão,
iniciando-se junto à nascente dos Olhos de Água, terminando no Reservatório dos Barbadinhos, em Lisboa.
A sua levada foi construída em alvenaria, com 60 centímetros de raio interior,
e uma altura máxima de 1,80 metros e 1,60 metros de largura máxima.
A água corria a 14 metros de altura, tendo o canal um
declive de 12 centímetros por quilómetro.
Os vários aquedutos existentes na povoação, verdadeiras
obras de arte e que constituem um interessante património arquitectónico e de
arqueologia industrial, de que se salienta a Arcada do Vale, que é ex-líbris
da Louriceira.
1 comentário:
Para lá das belas imagens ,esta estória transmite uma grande herança cultural.
Obrigada,amigo cidadão abt!
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