Este blogue consta de uma compilação de retratos da natureza e intervenção humana em ambiente rural e urbano que O Cidadão abt vai capturando com a sua objectiva durante as caminhadas, será despejada neste blogue de muitos pixeis e poucos bitáites, dando ao ciberleitor a possibilidade de clicar sobre cada uma das fotos e de seguida na tecla F11 para melhor as poder desfrutar em ecrã total... Ligue o som e... passe por bons momentos!



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ALCOLOBRE


Encaixada num vale cavado entre os concelhos de Abrantes e Constância correm as águas da ribeira do Alcolobre com origem a sul da aldeia das Bicas, para a qual contribuem a ribeira da Perna Seca, a ribeira das Bicas e a ribeira de Carvalhal na mesma linha de água, e o ribeiro de Caldelas, na margem esquerda. 













 É um vale frondoso, carregado de lendas e misticismo, bastante rico em flora e fauna que noutros tempos albergava a mata Dalcolura, indo-se espraiar na lezíria da Coutada antes mergulhar nas águas do Tejo.













Nela encontramos diversas azenhas abandonadas, encaixadas em desfiladeiros apertados onde se formam pequenas cascatas.












Hoje, apenas a Azenha do Amaral  foi recuperada.













As copas das árvores unem-se formando túneis sombrios chamados de galerias ripícolas.
Nesse frondoso vale brotam fetos, medronheiros, zambujeiros, amieiros, freixos, salgueiros e pilriteiros.













Nestas paragens eventualmente podemo-nos cruzar com galinhas de água, cobras, rãs, e facilmente damos com vestígios e dejectos de texugos e lontras que se ocultam perante a nossa aproximação.




















A progressão é feita pelo interior da vegetação densa em que as silvas impõem ordem à fila indiana e nos moderam os ímpetos de exploração.
Alguns troços são vencidos sobre condutas artesanais de água que se designam por levadas, cuja missão é dirigirem as águas para as azenhas em ruína ou transpondo as margens progredindo de rocha em rocha, num teste às sinestesias.
Há uns anos, os habitantes da aldeia das Bicas, a montante da ribeira, queixavam-se que as noites eram assoladas por gritos lancinantes de um ser alado e de grande porte que assaltava as capoeiras saqueando as galinhas e chupando o sangue ao gado ovino, deixando algumas cabeças feridas de morte.
Estas pessoas passaram algum tempo vivendo amedrontadas sob a  ameaça do terrível “chupa-cabras”, meio humano, meio bicho.
Era nada mais, nada menos do que o bufo real, enorme ave de rapina noctívaga e em vias de extinção. Numa das subidas do Alcolobre o nosso grupo de visitantes supôs ter sido surpreendido por este espécimen que levantou voo por entre as copas das árvores, vergastando violentamente a folhagem e formando uma sombra majestosa, bem superior à galeria ripícula.
 Através das águas límpidas podemos avistar peixes de pequeno porte na sua azáfama. O marulhar das águas entrecortado pelo chilrear da passarada e o coaxar das rãs induzem à contemplação espiritual de cada um de nós.
 Seguindo as andanças místicas, naquele vale, bem perto da povoação das Bicas, havia um casario misterioso do qual restam vestígios e se designava por Vale da Vila onde habitaram os desafortunados romanos e, nos buracos das rochas ao longo da ribeira, viviam “Os Outros”, um povo oriundo do norte de África, que com poderes sobrenaturais e rodeado de tesouros encantados, metia respeito às populações mais próximas, fazendo com que se afastassem da região, razão para que o povo autóctone a designasse por Ribeira dos Mouros.
Por ali, o misticismo era uma constante.         
 Nessas entranhas raros eram os afoitos que por lá se perdiam ou arriscavam construir as suas habitações. “Os Outros”, com poderes de invisibilidade, só se revelavam aos humanos quando estes eram mal baptizados ou quando o desejavam.
No leito da ribeira há um local bastante profundo, designado de “Poço Negro”, e junto existe uma abertura numa das rochas, chamada ”Buraca da Moura”.
Em verões de tempos idos, aparecia uma moura encantada que, sentada sobre uma rocha que se situava no leito da ribeira e com um pente de ouro alisava os seus longos cabelos, também dourados.
 Tal como aparecia, assim desaparecia no interior do buraco daquela rocha, deixando fascinados os poucos que tinham a sorte daquela maravilhosa visão, pasmando como é que uma rapariga tão linda e singela conseguia viver num espaço tão restrito, até chegado o dia em que uma rapariga mais afoita resolveu aventurar-se naquela fenda, tentando ir ao encontro da linda moura e descobrir o que se passaria no interior daquela rocha.
 Já no seu interior se apercebeu que atrás de si, a rocha se ia fechando suavemente... desatou a correr para o exterior, valendo-lhe ter despido toda a roupa que trazia, ficando com o corpo crivado de chagas, vergastado pelas arestas cortantes das rochas.
















Os anciãos costumavam avisar para que ninguém se atrevesse entrar nos rochedos desde a Caniceira ao Carvalhal, pois toda a extensão da ribeira era habitada pelos “Outros” com os seus fascínios e suas maldições.
Perto da foz da ribeira, precisamente no Carvalhal, encontram-se vestígios de construções que remontam ao tempo dos romanos ou antes disso, visto o local ter sido habitado por gauleses e celtas numa mestiçagem de Galo-Celtas, de que existem vestígios na cruz Celta que encima a igreja do Crucifixo, designação bastante peculiar em que os seus naturais se intitulam de “Carinos”.
Naqueles lendários tempos no lugar do Carvalhal vivia um pastor que guardava o seu rebanho junto às margens da ribeira e ia fazer a sua sesta numa mata onde os troviscos predominavam.
 Durante as noites, o pastor era assaltado por um sonho em que alguém lhe murmurava:

“Vai a Santarém que lá está todo o teu bem”













Tanto o sonho o atormentou que resolveu fazer-se ao caminho de Santarém, quando subindo a Calçada da Atamarma, em direcção à cidade, tropeçou, dando cabo de uma bota. Já na cidade, procurou um sapateiro para o qual desabafou:

“Veja bem, há tanto tempo que ando a sonhar que, se viesse a Santarém encontraria todo o meu bem e afinal rebentei com uma bota”

Respondeu-lhe o sapateiro:

“O senhor ainda acredita em sonhos? Ando há tanto tempo a sonhar que na ribeira do Alcolobra anda um pastor com um rebanho e, debaixo de um trovisco...













 ...onde um bode capado faz a sesta, está um pote cheio de dobrões de ouro e até se lhe vê o rebordo de tanto o bode rapar a terra para se tombar.”

O pastor logo pensou tratar-se do seu bode preto! Em silêncio e depois de concertada a bota, regressou ao Carvalhal.
No raiar do dia seguinte, mais cedo foi com o gado fazer a sesta, espreitando o bode capado que, sorrateiramente esgravatou o rebordo do pote enterrado debaixo do trovisco, deitando-se sobre ele. Assim o pastor do Carvalhal descobriu o tesouro em dobrões de ouro consoante o sapateiro de Santarém lhe descrevera do sonho!       

24 comentários:

Maria Marques disse...

Obrigada caro cidadão abt pelas lindas imagens que nos oferece e que nos transportam a recantos maravilhosos de Portugal.Segundo creio e pelo que leio no seu blogue "o cidadão abt",a sua companheira também é apreciadora dessas caminhadas saudáveis .Parabéns aos dois caminhantes!
Maria Marques

Horta F disse...

Boas Cidadão....
Contador de histórias e lendas da nossa terra.
O seu trabalho é de louvar.
São pequenas, grandes, publicações com extraordinário valor.
A "nossa" ribeira merece mais atenção e que mais pessoas a visitem.

O Cidadão abt disse...

Olá, Maria Marques!

Estes recantos de Portugal, que julgamos tão distantes mas se econtram tão perto.tudo tem a ver com o hábito em utilizarmos as mordomias motorizadas que nos limitam ao asfalto e aos trilhos.

Uma Companheira para toda a vida e nestas cenas das caminhadas, nunca um parte sem o outro e, se um não poder participar, o outro também não alinha, ou seja, um complementa-se com o outro!

O Cidadão abt disse...

Ôi, seu Tramagalense!

Naturalmente que sendo você um residente destas paragens, estas lendas não lhe serão alheias... há no entanto que as divulgar aos quatro cantos do mundo e, entre outros, utilizando este canal de comunicação.
Fique sabendo que há um leque de gente de outras paragens longínquas que se interessa por estas coisas, recebendo o alerta destas postagens através de correio electrónico, usando-o para exercer feed-back e escrutinar opções de actividades!

A ribeira do Alcolobre em si, já é um tesouro na região, tendo muitas outras histórias e lendas para nos contar

É pena a maioria dos locais não lhe dar o devido valor!

Indagados destas questões, como por exemplo sobre a cruz e o estilo arquitectónico da Igreja o Crucifixo, principalmente os habitantes mais novos desconhecem por completo a carga mística de que são vizinhos.

Quanto às pessoas visitarem este rico vale, a coisa tem que ser feita em grupos restritos de indivíduos, e espaçados no tempo, progredindo de um modo civilizado e silencioso, para que sejam respeitado o equilíbrio da Mãe Natureza.

Se fosse para lá todo o "maralhal," além da anarquia que originaria e de um braço ou pescoço partidos, depressa se desequilibraria a fragilidade daquele fascinante Vale do Alcolobre, desvirtuando toda a magia que ele encerra!

Muito obrigado pelo seu incentivo, amigo Tramagalense!

Aqui - Ali - Acolá disse...

Belo post com fotos excelentes e lindas ao sabor daquilo que a natureza nos dá.

O gosto pelas coisas também tem o seu valor, é o que aqui se vê caro Cidadão abt da sua parte em nos brindar com tais maravilhas.

Depois vem o magnífico texto acompanhando toda a simbiose por aí abaixo que perfaz uma completa harmonia daquilo que é salutar aos olhos de quem sabe dar o valor de um trabalho deste género.

Sempre fui um louco amante da fotografia em especial (a natureza) ela nos contempla com cada surpresa onde se poderá dizer que é um rico tesouro em nossas vidas mas, que a mão assassina do homem não perdoa em destruir dia após dia.

Daqui guardo para mim mais algumas destas fotos preciosas que ficarão guardadas no meu álbum destas relíquias.

Parabéns por mais este excelente trabalho que enriquece muito este belo Blogue.

Bom Domingo com sol raiante.

O Cidadão abt disse...

Ciber Aqui-Ali-Acolá!

Aproveite bem as fotos porque recantos destes, são raros!

Quanto ao texto, foi elaborado um pouco a despachar, ficando com alguns vícios de linguagem.

Como neste blogue o importante é a "reportagem fotográfica", o texto surgiu por força da carga mística que envolve o local, merecedor de uma atenção especial e muito respeito pela Natureza que resguarda!

Nos últimos tempos têm surgido menos postagens por aqui, porque outros afazeres se atravessam nos trilhos deste Cidadão hiperactivo...
É o preço a pagar por se ser hiperactivo!

Agora são as vindimas que atormentam este praça... no São Martinho será a água pé e mais adiante... a Santa Iria, os carrascões, os morangueiros, os palhêtes, os castelões e por aí adiante!

A Stout vai ter que esperar!

Horta F disse...

Boas Cidadão

Pois, eu não quiz dizer que a "nossa" ribeira fosse para massas a deixar lixo e a causar danos no frágil equilíbrio natural. Aquele lugar deve ser só para quem o respeita.

Não sei se sabe, mas houve um infanticídio numa das azenhas. Duas crianças foram assassinadas, uma filha de uma familia bem conhecida em Tramagal e outra que tinham à sua guarda também de Tramagal, onde os seus restantes irmãos ainda vivem. Uma das crianças está enterrada no topo sul do cemitério, junto ao muro e tem uma placa a dizer que foi assassinada.
Quanto à azenha penso que tenha sido aquela que eu mostro no meu vídeo, "A Ribeira" e da qual também tenho uma foto no Panorâmio.
No vídeo a música de flauta interpretada pela Filipa Mota, com a àgua a correr no fundo é dedicada a elas e
chama-se "Meninos". Ressalvo que não tenho a certeza de ser esta a azenha.

Agora outra coisa, aquando da minha visita, reparei que as trepadeiras estão a tomar conta das àrvores, sendo esta uma especie invasora seria bom dar cabo delas, sob o perigo de um dia não termos árvores autóctenes. Por outro lado as acáçias são também uma ameaça, especie que também é invasora. Se nada fôr feito um dia o aspecto daquele vale estará totalmente diferente do que é hoje.

saudações

O Cidadão abt disse...

Olá Tramagalense!

Se permite cá a este praça remeter os ciberleitores para o link do seu excelente trabalho sobre “A Ribeira” do Alcolobre, que é o seguinte:


http://viagensaomeuplaneta.blogspot.com/2010/01/ribeira-ribeira-do-alcolobre-e-um-dos.html


No que diz respeito à espécie invasora das acácias, elas concentram-se junto à Caniceira e tendem a avançar para jusante... razão para que os grupos de exploração optem por subir a ribeira a partir da zona da Quinta do Carvalhal em vez de a descer, porque descendo-a, se transportam sementes das acácias agarradas aos rastos das botas, contribuindo para acelerar da sua disseminação.

Cá o Cidadão tinha visionado o seu vídeo e apreciado a linda música da Filipa Mota, aliás linda como todas as que os Hyubris compõem, mas desconhecia o título porque não consta dos álbuns editados cá na posse, e muito menos sabia ser dedicada a essas duas crianças, uma de 6 meses e outra de 13 anos, violentamente arrebatadas à vida, nessa tragédia acontecida a 16 de Fevereiro de 1948 e que daria uma história interessante de contar.

Por respeito às famílias envolvidas, evidentemente que este praça não a construiria com as identidades reais mas quem sabe se um dia meterá mãos às teclas e escreverá outra, com personagens ficcionadas.

A “Azenha do Amaral” que agora se designa “Moinho do Alemão” não é a mesma do seu vídeo. A do seu vídeo, onde aconteceu a tragédia, é também na margem direita do Alcolobre a cerca de mil e quinhentos metros a montante desta, e chamava-se “Azenha do Dangue”...

Artur :) disse...

Pese a tragédia que desconhecia e terá acontececido em 1948, conforme nos relatam o Viagens no meu Planeta e o anfitrião deste blogue excepcional, essa muito terá contribuido para reforçar a carga mística da ribeira.Isto sim, é um dos blogues carolas com bastante qualidade que visito quando posso. Posso concluir que fiquei com a curiosidade bastante aguçada.

Horta F disse...

Boas Cidadão

Não me referi à azenha do "Alemão". Mas sim a umas ruínas existentes na margem esquerda, ou seja em Santa Margarida.
Não estou a ver é essa azenha de que fala, será aquela que foi recuperada e depois abandonada?
Tinha a impressão de que a tal azenha era na freguesia de Santa Margarida.

O Cidadão abt disse...

Olá Tramamagalense!

Foi acrescentado ao post um excerto da carta militar 331 onde cá o Cidadão localizou, acrescentou e identificou, pese de improviso, e para melhor lhe dar uma resposta aos eu comment's, as diversas azenhas e o lagar da ribeira do Alcolobre.

Há no entanto uma margem de erro de 10% porque é o resultado das camimnhadas e do olhómetro deste praça, mas estará bem perto da realidade.
Muitas destas só delas restam vestígios muito ténues em alvenaria e pedra.

A azenha com uma janela altaneira e cujas ruinas são maisvisíveis na margem esquerda, do concelho de Constância, é a do Gordo, bem perto do local onde nineram os seus avós, na Mariola, que também foram assinlados, supõe-se de que...
O local onde se deu a tragédia dos meninos, é na magem direita, no concelho de Abrantes, na Azenha do Zé Dengue, a que se localiza mais próximo da Caniceira.

Horta F disse...

Boas Cidadão

Segundo o mapa no lado de Santa Margarida existem duas azenhas e na verdade são três. A Azenha do Gordo figura também no meu vídeo e é para mim a mais icónica das ruínas. Neste local já fiz muitos petiscos. Em seguida temos a Azenha da Ti Maximina, imediatamente a seguir a uma curva que a ribeira faz, talvez a uns 200 metros da do Gordo. Por fim temos aquela que está no vídeo e que mostra ter sido utilizada até a uma época mais recente. A primeira vez que a visitei ainda tinha os barrotes do soalho e dava a ideia do telhado ter sido destruído propositadamente.
No lado de Tramagal, para além da do Poeta, do Amaral, há outra mais pequena na qual não seria possivel viver em exíguo espaço e ter ao mesmo tempo uma moagem. Por isso penso que a Azenha do Dangue será em Santa Margarida e não no Tramagal. Se lá regressar verá que são três as azenhas en Santa Margarida e no seu todo são treze, tendo eu já as visitado a todas há alguns anos atrás.
Tenho a certeza de que não estou enganado e é a segunda azenha do vídeo. Tendo em conta a margem de erro é natural que esta apareça no lado de Tramagal.

Quanto às músicas, estas foram feitas propositadamente para este vídeo e não estão editadas. Dentro em breve publicarei outro vídeo com mais uma música da Filipa.

saudações

O Cidadão abt disse...

Cá estamos novamente e com bastante interesse, ciberTramagalense!

O Cidadão escreveu com alguns trecos na construção das palavras porque o acesso à Net no momento do comment's anterior era um tanto ou quanto precário...
Este esquema das azenhas foi construído em cima do joelho, depois de nos últimos anos terem sido percorridas várias vezes, a tão linda ribeira do Alcolobre, sem paragens para as petiscadas ou reflexões, como o fez o Tramagalense, que é dessas terras!

De facto durante os vários raïd's, a terceira azenha do lado de Santa Margarida passou completamente despercebida a este praça.

Além disso, a recolha das nomenclaturas baseou-se nos diálogos com pessoas de certa idade, algumas delas crescidas nessas azenhas.

Todas elas apontaram a Azenha do Zé Dangue como do lado de Abrantes.

De qualquer modo, os seus conhecimentos do terreno evidentemente que são mais pormenorizados do que os deste turista.

Quanto ao facto de o amigo Tramagalense contabilizar as treze azenhas, há que ter em conta que o Moinho do Alemão será a junção da Azenha do Amaral v.s. João Feijão, com a Azenha da Roca.

Que muitos, de preferência jovens destas terras, leiam as nossas trocas de impressões em torno desta temática e decerto se sairão enriquecidos em conhecimentos!

Muito grato pela sua participação, pela sua disponibilidade e pelos seus preciosos esclarecimentos.

Mande sempre, bué da bitáitadas!

O Cidadão abt disse...

Olá Artur!

Há bué da tempo que o amigo não fazia uma visitinha às caixitas dos pirolitos dos blogues deste Cidadão!
Agradecido pelos seus elogios e decerto saberá que ao visitar estes ciberespaços, nunca por nunca daqui o ciber sairá indiferente!

O Cidadão abt disse...

Olá!
Depois de voltar a "bater mato," este praça descobriu as ruínas imperceptíveis de uma terceira azenha na margem esquerda do Alcolobre, praticamente à frente da suposta azenha do Dangue!

HORTA F's disse...

Boas Cidadão...

Ó Cidadão não era preciso tanta azáfama. As azenhas não fogem...eheheh.

Essa azenha de que fala, hà cerca de 15 anos era bastante perceptível. Ainda cheguei a entrar dentro dela e tem uma bela forma arrendondada.
Fiquei bastante curioso quanto a esta história das azenhas, portanto quando puder vou sem dúvida dar lá uma saltada.

O Cidadão abt disse...

Ôi, Tramagalense!

Se bem reparar, as azenhas não fogem mas vão-se demolindo em ruínas e desaparecendo lentamente no meio da vegetação como essa que era perceptível há cerca de quinze anos mas que agora... nem tanto.

É pena a indiferença dos mais novos perante estas riquezas deixadas pelos seus pais, seus avós e seus bisavós!

Entretanto a edilidade de Constância adquiriu a "Azenha do Gordo," supõe-se de que, propondo-se reconstrui-la para atracção turística e elemento cultural e etnográfico.

Qual azáfama, qual quê!?

Quando cá o Cidadão abt não fôr hiperactivo, é porque deve estar doente!

Haja agora fim de semana em que não calce as botas e se meta aos caminhos!
Só que pelas mais diversas razões,parte deles não convém serem publicitados.

HORTA F's disse...

Boas Cidadão

Por um lado fico contente por o município de Constancia, de forma progressiva, dar importancia a estes lugares. Por outro, tenho algum receio do objectivo turistico da recuperação da azenha. Talvez a paz daquele local fique irremediavelmente perdida, ou talvez não.

Para finalizar resta apenas referir que Constancia leva os louros e os beneficios de um lugar a que até já chamaram de
"a minha ribeira". O Tramagal e o Crucifixo que sem qualquer dúvida têm mais afinidades com o lugar ficam apenas na outra margem.

saudações

O Cidadão abt disse...

Olá Tramagalense.

Pela "filosofia da casa," pese o facto dos inconvenientes inerentes do local se tornar por demais frequentado, essa edilidade de Constância preocupa-se com os valores naturais e culturais da região em apreço, numa atitude menos materialista!

Na parte que toca a Abrantes, e edilidade tem maias com que se preocupar como por exemplo com o Aquapólis, a manutenção anual do açude insuflável e outras obras de fachada!
A ribeira está-lhes nos confins do concelho, longe das andanças de ministros e deputados, bastante mais difícil de alcançar do que os Cadouços, por exemplo!

Magnólia disse...

Caro Cidadão abt, da cidade mais alta de Portugal felicito-o pelo excelente trabalho. É, sem dúvida, o melhor blogue que já visitei!
As fotos são excelentes e transportam-nos a lugares maravilhosos do nosso país.
Também aprecio o seu outro blogue, com um conteúdo diferente mas não menos interessante. Preocupa-se com as causas ambientais e utilizando um humor muito particular, vai deixando mensagens relevantes.
Aproveite as caminhadas com a sua companheira eterna.
Saudações egitanienses!

Magnólia

O Cidadão abt disse...

Uma Magnólia...

Brotou mui suavemente na caixinha de pirolitos deste blogue, deixando o rasto de suave aroma que veio alegrar os corações do Cidadão e da inseparável Companheira...

Analisada quanto robusta será tão bela flor por se dar no alto da Egitaniense cidade!
Marcas indeléveis que nos deixará, perante ventosas eiras, caminhando em imenso pomar...

Agradecidos a esta Magnólia, para que nos mande sempre, lindos bitáites!

o neto do moleiro o margulho disse...

que bom recordar os anos que vivi no moinho agora conhecido pelo do poeta nesse tempo de 1965 a72 todos esses moinhos eram de meus tios e do meu avo o margulho este do poeta era do tio antonio o do alemao era do tio feijao o do lado era do tio manuel o do avo margulho esta 100 metros acima o tal que foi arranjado e agora abandonado este natal passei por la e vi tudo a cair para desfazer duvidas a cima deste moinho temos o do gordo do lado da mariola e depois o do dangue do lado da caniceira

o neto do moleiro o margulho disse...

tendo eu vivido enquanto jovem no moinho agora do poeta na epoca era do meu tio antonio informo que o agora do alemao era do tio feijao o outro ao lado do tio manuel e o do avo margulho esta 100 metros acima o tal que foi restaurado pelo novo dono a seguir era o do gordo do lado da mariola e depois era o tal do Dangue onde ocorreu o crime das criancas pelo natal passei pela estrada das barrocas e foi com tristeza que vi tudo ao abandono um sitio que no tempo que agora recordo estava pelo menos oito familias.

O Cidadão abt disse...

Olá, caro amigo!

É uma honra ter por aqui o depoimento de um descendente do Sr. Margulho e sobrinho dos demais moleiros!


Não é todos os dias que isto acontece e muito menos com qualquer um!

É aprazível constatar que o ciber se registou a propósito no blogger para poder comentar nesta caixinha de pirolitos!

Torna-se gratificante esta pesquisa, não fosse tão só pelo seu comentário!

Regressando aos moinhos, em tempos idos alguns deles foram mudando de proprietários, como por exemplo o Moinho do Gordo cujos proprietários se mudaram para a outra margem onde está o Moinho do Amaral... razão que resulta numa certa dificuldade em lhes atribuir a devida nomenclatura.

...Poderá cá o Cidadão estar ligeiramente enganado... mas não por uma grande margem, supõe-se que.

Quanto à sua descrição, se o ciber clicar duas vezes com a tecla esquerda do seu ciberrato sobre o “mapa” acima, conseguirá ler um pouco daquilo que vai confirmando!

Por exemplo:
“Azenha do João Feijão ou do Amaral + Azenha da Roca = Moinho do Alemão”

Seriam “azenhas” os rodízios exteriores ao edifício, com eixo horizontal e cuja água cairia na vertical, traduzindo-se em elevada energia cinética... e seriam “moinhos” os engenhos cujo rodízio girava em torno de um eixo vertical... e se encontrariam instalados no interior do casario.

Pese cá o Cidadão ter utilizado o substantivo “azenha” para designar os engenhos da ribeira do Alcolobre na respectiva carta, o mais certo é que a maioria deles fossem moinhos!

Por acaso... o neto do Margulho terá bebido frescas águas brotadas da Fonte do Piolho?

Bom... bom... é cá a Bola de Cristal a zenir!
Não lhe dê importância de maior.

Seja bem-vindo a esta xafarica e não se esqueça de passar por cá mais vezes!